A Informação do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao HIV e SIDA (GPPC-HIV e SIDA), referente ao período entre os meses de abril a outubro de 2022, indica que mais de dois milhões de pesssoas vivem com o HIV e SIDA em Moçambique, facto que torna o país no segundo mais infectado pelo vírus, o terceiro com a maior carga de novas infecções do mundo, colocando-o entre os cinco países com maior número de pessoas vivendo com aquela doença a nível mundial.
Esta informação foi partilhada pelo Presidente do GPPC-HIV e SIDA, Fernando Lavieque, que falava na sede do Parlamento, em Maputo, durante a apresentacão da referida informação.
Lavieque salientou que a pandemia do HIV e SIDA continua a ser uma grande ameaça de Saúde Pública em Moçambique, e explica que ʺa prevalência nacional em adolescentes, jovens e adultos dos 15 aos 49 anos de idade, em 2015, foi estimada em 13.2 por cento, de acordo com o inquérito de indicadores de Imunização, Malária e HIV e SIDA em Moçambique (IMASIDA 2015), sendo 15,4 por cento em mulheres e 10,1 por cento nos homensʺ.
“De janeiro a junho de 2022, foram realizados 5.417.703 testes dos quais 207.903 foram positivos, o que corresponde a uma seropositividade de 3,8 por cento, sendo que a maioria dos testes foi feito através da abordagem do Aconselhamento e Testagem Iniciada pelo Provedor”, disse o deputado, apontando que as províncias da Zambézia e de Nampula contribuiram com 42 por cento.
Segundo explica, a seropositividade foi mais alta na Província de Inhambane com 6,9 por cento e de Sofala com 6,2 por cento e mais baixa nas províncias de Niassa e Tete, ambas com 2,6 por cento.
O Presidente do GPPC-HIV e SIDA explicou ainda que, até junho de 2022, mais de 1.894.992 de pessoas vivendo com o HIV em Moçambique estavam a receber gratuitamente o Tratamento Antiretroviral (TARV), o que corresponde a 88 por cento do total das 2,1 milhoes de pessoas vivendo com o HIV e SIDA.
O parlamentar acrescentou que mais da metade, 55 por cento, dos pacientes em TARV estão nas províncias de Zambézia, com 21,2 por cento, Nampula, com 13,3 por cento, Gaza, com 10,6 por cento, e Maputo Província, com 10,3 por cento.
Face ao constatado nas actividades realizadas, o GPPC-HIV e SIDA recomenda, entre varios aspectos, ao maior envolvimento dos líderes religiosos e comunitários em todo o processo de educação sobre saúde sexual e reprodutiva de jovens e adolescentes e na mobilização das comunidades para prevenção e mitigação dos efeitos da pandemia, bem como na educação sexual de jovens, adolescentes e adultos.
O GPPC-HIV e SIDA recomenda ainda que seja adoptada uma das estratégias muito importantes para reduzir as novas infecções, devendo ser priorizada a educação da saúde sexual e reprodutiva para jovens e adolescentes nas escolas secundárias, associações juvenis, igrejas, comunidades, mercados e em todos locais onde possam ser encontrados os jovens.
