O Primeiro Ministro (PM), Adriano Afonso Maleiane, entende que o início da exportação de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma deve ser visto como uma oportunidade para acelerar o processo da diversificação da economia moçambicana, alavancando os sectores prioritários para o crescimento económico do País, com destaque para a agricultura, pesca, infraestruturas, turismo e indústria.
Maleiane, que falava, esta quarta-feira (16), na sede do Parlamento, em Maputo, durante a Sessão de Perguntas ao Governo, explicou que ”é tendo em conta este facto que, em relação a agricultura, o Chefe de Estado moçambicano procedeu, na passada segunda-feira, em Cabo Delgado, ao lançamento da Campanha Agrícola 2022-2023 e do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário 2030”.
O PM referiu que o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário tem como objectivo principal assegurar a transformação acelerada e sustentada do sector agrário, potenciando o sector familiar e garantir um maior envolvimento do sector privado no agro-negócio.
“Estamos certos que a implementação do Plano Estratégico, aliada a outras acções em curso, irá concorrer para o aumento da produção e produtividade no sector agrário, dinamizando o agro-processamento e, desse modo, contribuir para a industrialização do país, geração de mais emprego, renda e redução de importações”, sublinhou o PM.
Pronunciando-se sobre a presente época chuvosa, Maleiane exortou a toda população que se encontra nas zonas propensas a cheias, inundações, tempestades e ciclones para observar os avisos das autoridades competentes, sobretudo no que concerne a sua retirada tempestiva para as zonas mais seguras, de modo a evitar a perda de vidas humanas e de bens.

O PM explicou que, para a presente época chuvosa e ciclónica 2022-2023, as previsões meteorológicas indicam que as províncias das zonas sul e centro do País irão registar chuvas normais com tendência para acima do normal, enquanto as províncias da zona norte irão registar chuvas normais com tendência para abaixo do normal.
“Estas tendências pluviométricas irão influenciar o comportamento dos caudais das principais bacias hidrográficas do nosso país, podendo originar cheias e inundações urbanas que poderão ser agravadas pela ocorrência de ciclones e tempestades tropicais que têm, nos últimos tempos, afectado com maior frequência e intensidade o nosso país”, acrescentou Maleiane.
Segundo o PM, “foi tendo em conta estes factos que o Conselho Coordenador de Gestão de Desastres adoptou o Plano de Contingência para a época chuvosa e ciclónica 2022-2023 para fazer face aos riscos e ameaças de ocorrência de ventos fortes, inundações urbanas, seca, cheias e ciclones que poderão afectar cerca de 2 milhões e 250 mil pessoas”.
Maleaine explicou ainda que o Plano de Contingência prevê acções que visam, por um lado, mitigar os impactos dos eventos extremos de modo a evitar perdas de vidas humanas e, por outro, assegurar a assistência humanitária aos afectados pelos eventos climatéricos extremos.
No âmbito da preparação e prontidão para a resposta aos impactos dos desastres naturais, o PM disse que estão em curso diversas acções que incluem, entre outras, o pré-posicionamento de bens, materiais, assim como meios de busca e salvamento e assistência humanitária e sensibilização das comunidades sobre medidas de prevenção, mitigação e resposta aos desastres.
Maleiane acrescentou que “a par das acções previstas nos Planos de Contingências que visam mitigar os impactos imediatos dos desastres naturais, o Governo tem apostado na redução dos riscos e no reforço à adaptação aos efeitos das mudanças climáticas”.

O governante destacou ainda que, a título de exemplo, o Executivo tem vindo a promover a construção de infra-estruturas públicas resilientes, gestão de recursos hídricos, reassentamento virado para o desenvolvimento e em zonas seguras, fomento de culturas tolerantes à seca, construção de barragens escavadas para a conservação da água da chuva e a abertura de mais furos de água multiuso para assegurar a disponibilidade deste precioso líquido para o consumo humano e abeberamento de gado.