A Sessão Solene de abertura da 42ª Sessão da Assembleia Parlamentar Paritária de Africa Caraíbas e Pacifico- União Europeia foi marcada por mensagens que apelam a necessidade de união de esforços entre os países membros desta organização com vista a enfrentar, em conjunto, os desafios globais que tem posto em causa o desenvolvimento social, político e económico dos povos.
Dos desafios globais mencionados destaque vai para questões relacionadas com as mudanças climáticas, o terrorismo, a pirataria, o branqueamento de capitais, bem como o crime organizado e a guerra na Ucrânia, que têm assolado diversos países de Africa, Caraíbas e Pacífico e da União Europeia retardando desta forma todos os esforços de desenvolvimento dos países a todos os níveis.
Na ocasião, a Presidente da Assembleia da República (PAR), Esperança Laurinda Bias, considera que a Assembleia Parlamentar Paritária constitui um importante instrumento de cooperação inter-parlamentar que se tem destacado no desenvolvimento de acções assentes na promoção da paz e segurança, democracia, direitos humanos e desenvolvimento sustentável em prol do bem-estar do povo.
“Somos chamados a reflexão sobre os desafios que o mundo enfrenta, com destaque para as cooperação, adaptação e mitigação das mudanças climáticas, a crise da biodiversidade, as consequências da crise de alimentos nos países da Organização dos Estados de África Pacifico e Caraíbas bem como as ameaças do terrorismo na áfrica subsariana” afirmou Bias acrescentado que os países da OEAPC e UE, constituem um grande reforço na democracia, no respeito pelos direitos humanos e na consolidação do estado de direito democráticos nos países africanos.
Segundo a PAR, este encontro dos ACP – EU, é oportuno para deliberar, colectivamente, sobre acções que contribuam para o reforço da cooperação regional, bem como para reforçar a parceria e estratégia do Pós- acordo de Cotonou.
Por seu turno, Peter Kenilorea Júnior, Presidente da Assembleia Parlamentar da Organização dos Estados de Africa Caraíbas e Pacifico (OAECP) sublinhou que estamos a vivenciar grandes mudanças e dinâmicas geopolíticas que são marcadas por crises de vária natureza, “por isso torna-se necessário resolver problemas políticos e socio económicos do mundo que continua a colocar desafios a todos nós”.

“Os desafios são enormes e temos que estar em altura de avançar de uma forma mais rápida, eficiente coesa, em conjunto, para que os nossos povos possam entrar na quarta revolução industrial de uma forma positiva”, disse Peter Júnior para quem essa luta passa pela erradicação da corrupção, o terrorismo e o crime organizado “flagelos que atrasam as nossas economias, minam as nossas sociedades para além de que temos que evitar práticas da pesca ilegal que ameaça os nossos ecossistemas marítimos e a subsistência das pessoas e buscarmos compreender o que leva à imigração ilegal”.
Peter Júnior entende que os parlamentos e países da ACP- UE devem estar, igualmente, capacitados para combater a xenofobia e o discurso de ódio e pensar seriamente como posicionar-se nesse mundo que é multipolar caracterizado por mudanças globais.
“Estamos numa nova aurora na Assembleia Paritária ACP-UE, e trilhar o caminho que estamos a trilhar exige vontade política para manter os laços que nos unem e a solidariedade”, disse Peter Júnior sublinhando que temos que ser ousados mesmo com os desafios que nos assolam. Temos responsabilidade que fomos atribuídos pelas gerações passadas e devemos preservar que gerações vindouras também tenham orgulho desta nossa geração.
No seu discurso de abertura da 42ª Assembleia Parlamentar Paritária da ACP-EU, José Carlos Zorrinho, Presidente da Delegação do Parlamento Europeu depois de enaltecer a organização do evento e agradecer pelo acolhimento em Moçambique, sublinhou que o aumento exponencial dos desafios e das ameaças que o mundo está a enfrentar desde a pandemia da Covid-19, que teve impacto negativo na economia global, a guerra na Ucrânia e as alterações climáticas desafiam que os governos se inspirem cada vez mais para a resolução destes problemas.
Para Zorrinho a sociedade civil, e os parlamentos e os parlamentares devem se inspirar para vencer as batalhas a saúde e a salvaguarda do primado de direito internacional somente assim podemos fazer face aos desafios globais actuais.

“Por isso com a parceria ACP e União Europeia temos os verdeiros bastiões que devemos iniciar o novo ciclo de confiança e cooperação, numa parceria entre iguais”, disse Zorrinho salientando que a invasão da Rússia a Ucrânia tem vindo a provocar sofrimento todos os níveis e os seus efeitos são sentidos em todo o mundo, provocando a carência alimentar por isso o nosso debate principal é reflectir sobre as consequências da guerra e a luta contra o terrorismo na africa subsaariana.
Segundo Zorrinho, estes desafios exigem respostas globais e com a cooperação é possível enfrentar as crises mundiais partindo da ideia que os parlamentos a sociedade civil são lugares ideias para o diálogo para a busca de soluções, incluindo questões como mudanças climáticas, a justiça climática que deve ser uma plataforma de acção rápida para reduzir o aquecimento global.