Os Parlamentares e membros da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacifico (OEACP) mostram-se preocupados com a retirada unilateral da África do Sul da OEACP, uma situação descrita como inquietante para os objectivos da organização sobretudo no engrandecimento da sua cooperação com a União Europeia.

A África do Sul e vista como um elo importante entre os Países da ACP na cooperação com a União Europeia dada a sua influência económica e política, não somente na região Austral de Africa, mas também no continente e sobretudo na organização dos ACP como um todo.

O sentimento foi expresso nesta sexta-feira,29, durante  a 61ª  Sessão da Assembleia Parlamentar da Organização dos Estados de Africa, Caraíbas e Pacifico, tendo se avançado que a saída daquele país na organização fragiliza, em parte, os interesses da organização que passa necessariamente pelo robustecimento da sua cooperação e solidariedade internacional para fazer face a diversos desafios que assolam estes Países, como são os casos da luta contra a pirataria marítima, a questão da polução ambiental, o terrorismo, bem como questões de mudanças climáticas entre outros.

Para a delegação do parlamento da Jamaica, representado por Heroy Clarke, delegação deve haver uma razão por detrás da retirada da África do Sul dessa Assembleia e “é necessário se aferir o real motivo que levou aquele país a retirar-se da Organização”.

“Há necessidade de se aconselhar a África do Sul a reintegrar-se, porque sua retirada constitui uma grande baixa na para a organização”, observou o parlamentar.

Por seu turno, o Representante de Barbados, Edmund Hinkson, afirmou que os países membros da OEACP deveriam ter recebido uma notificação com pelo menos um ano de antecedência sobre o afastamento da África do Sul da organização respeitando desta forma a organização e, sobretudo, a questão da igualdade que deve imperar entre os Países membros.

 “Nós temos de estar em pé de igualdade com outros países do mundo independentemente das suas capacidades económicas e militares, tem que haver um espírito de igualdade na nossa parceria, e a retirada da Africa do Sul deixa-nos numa situação complicada, porque não estaremos em pé de igualdade com as organizações que integram Países da Europa e outros”, disse Hinkson.

No mesmo contexto, os Parlamentares da Guiné-Bissau, representados pelo deputado João Bernardo Vieira, mostraram-se indignados pela a atitude sul africana, tendo dito que se a organização quer crescer como um todo, “não faz sentido que um dos seus membros fundadores se retire, isso coloca duvidas sobre as suas reais motivações”.

Como forme de apaziguar os ânimos dos deputados membros da OEACP, o Secretário-geral adjunto esta organização internacional, Norbert Richard Ibrahim, explicou que a retirada da África do Sul deste organismo deveu-se ao facto deste pais querer integrar a outras plataformas de cooperação e mobilização da sua política internacional.

“Recebemos uma carta da África do Sul onde manifestava o seu interesse em se afastar da organização e explica que a sua decisão surge pelo facto de querer trabalhar com outras plataformas de cooperação internacional com vista a dinamização da sua política externa”, disse Ibrahim sublinhando que a decisão dos sul africanos colheu ao secretariado da organização de surpresa, “contudo há que respeitar a soberania da Africa do Sul”.

Explicou ainda que o Secretariado continua a fazer esforços para que a África do Sul reveja o seu posicionamento e reintegre a ACP.

A 61ª Sessão Parlamentar da OEACP chancelou e felicitou a eleição de Moçambique para Presidente da ACP e co- Presidente da ACP-EU, representado pela Deputada Ana Rita Sithole, bem como analisou os relatórios das comissões  dos assuntos políticos,  do  do desenvolvimento económico, das finanças e do Comercio e da Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente que se debruçaram sobre vários temas dos quais a Segurança marítima, desenvolvimento económico, solidariedade parlamentar e segurança rodoviária.