Os jovens do Distrito de Cahora Bassa, na Província central de Tete, instaram aos deputados da Assembleia da República, membros do Gabinete da Juventude Parlamentar (GJP), a advogarem a seu favor para que haja maior celeridade na legalização das suas associações juvenis, com vista a que aquelas se beneficiem de financiamento para o desenvolvimento das suas actividades.
O apelo foi avançado, esta terça-feira (12), pelo presidente do Conselho Distrital da Juventude (CDJ), Zacarias Lalue, durante um encontro que os jovens deputados mantiveram com o Governo do Distrito de Cahora Bassa, no âmbito das jornadas parlamentares que efectuam naquela província, tendo explicado que das 20 associações juvenis existentes apenas cinco é que estão legalizadas, uma situação que preocupa não somente aquele organismo mas, sobretudo, os jovens associados que vezes sem conta não se beneficiam de financiamentos que ocorrem no distrito.
“Apesar desta dificuldade, algumas associações estão no processo de organização dos seus documentos para a sua legalização”, disse Lalue para quem a maior dificuldade de legalização prende-se sobretudo com questões financeiras.
A informação foi corroborada por diversas associações presentes no encontro entre os deputados da Assembleia das República, o governo distrital, conselho distrital da juventude que tinha como objectivo reflectir sobre os desafios do associativismo juvenil no Distrito de Cahora Bassa e inteirar-se sobre a implementação da Política Nacional da Juventude.
No que tange ao acesso a terra para habitação dos jovens daquele distrito, o presidente do CDJ explicou que fruto de trabalho de coordenação com o Governo distrital, 50 jovens foram atribuídos igual número de talhões no primeiro semestre de 2022, “faltando apenas a entrega dos respectivos títulos de DUATs (Direitos do Uso e Aproveitamento de Terra) na zona de expansão denominada Vila do Milénio.
“Quanto ao financiamento das iniciativas juvenis, vulgo Fundo de Apoio as Iniciativas Juvenis (FAIJ), no Distrito de Cahora Bassa, foram aprovados 22 projectos de jovens para dos quais 17 foram financiados, para áreas de empreendedorismo, criação de animais de pequeno porte, agricultura, entre outros.
Ainda em Chora Bassa, o clube das mulheres de Chitima que trabalha em prol da sensibilização da comunidade para a área da saúde informou aos deputados que outro desafio que apoquenta as associações juvenis pretende-se com a falta de aproveitamento de diversos talentos que despontam sobretudo no futebol.
Benix Castigo, em representação da Associação Distrital de Futebol, sublinhou que esta associação está preocupada ainda com a inexistência de financiamento dos clubes, para além de falta de um campo de futebol com vedação para que os clubes possam gerar fundos para o seu pleno funcionamento.
Na ocasião, a Presidente do GJP, Olívia Matavele, disse que os deputados estão sensibilizados com o problema de legalização das associações e prometeu trabalhar com as autoridades centrais para a necessidade de revisão dos valores que são cobrados na tramitação destes processos, sobretudo para as associações juvenis sem fim lucrativo.
A deputada apelou para a necessidade de os jovens serem vigilantes quanto aos relatos de casos de uniões prematuras que apoquentam o Distrito de Cahora Bassa, contribuindo para o abandono escolar das raparigas e a necessidade de uma permanente sensibilização dos jovens para se organizarem em associações para que as suas ideias e preocupações sejam facilmente atendidos.
Em Cahora Bassa, os jovens deputados do GJP da Assembleia da República trabalharam com os Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologias; Saúde, Mulher e Acção Social; Conselho Distrital da Juventude e associações juvenis. Esta quarta-feira (13), os membros do GJP escalam o Distrito de Magoe, no prosseguimento das jornadas parlamentares de acompanhamento das actividades desenvolvidas pelos Conselhos Provinciais e Distritais da Juventude na qualidade de elo de ligação entre os jovens e o Governo em prol da resolução dos problemas que apoquentam a juventude.