Depois de uma visita efectuada terça-feira, dia 26 de Abril do ano em curso, a Comissão do Plano e Orçamento da Assembleia da República congratulou a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), pela robustez financeira que continua a apresentar, mesmo perante os eventos extremos registados nos últimos dois anos, no território nacional.
António Niquice, presidente daquela comissão na Assembleia da República, enalteceu o grau de solvabilidade da empresa, facto que a permitiu contribuir com cerca de 49 milhões de dólares em impostos em 2020.
No ano seguinte, conseguiu encaminhar aos cofres do Estado, cerca de 80 milhões de dólares, consagrando-se como a segunda maior empresa contribuinte de impostos no país.
Niquice considera que pelos resultados é uma empresa que apresenta um grau de solvabilidade muito positivo. Sustentou que os números apresentados são um indicador bastante encorajador.
O parlamentar encorajou ainda a companhia a investir mais no transporte de passageiros, pois trata-se de uma área sensível numa altura em que ainda persistem muitas lacunas que os transportadores rodoviários não conseguem colmatar.
O Presidente da Comissão do Plano e Orçamento reconheceu ainda que a empresa CFM desempenha um papel extremamente importante na circulação de pessoas e bens, daí que é pretensão dos deputados que ela tenha um papel mais interventivo na componente de responsabilidade social, embora não seja sua área negócios.
Resultados operacionais atingem 3,5 mil milhões de meticais
Durante a interação com os deputados, o Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Miguel Matabel fez saber que a sua companhia registou lucros situados em 3,5 mil milhões de meticais, como resultado das suas operações ferro-portuárias.
Matabel referiu ainda que apesar dos ciclones que fustigaram o país, causando incidentes ferroviários do tipo descarrilamento, fraca oferta de carga ferroviária, aliado ao impacto negativo da pandemia da Covid-19 que assola o país desde Março de 2020, o resultado alcançado pela empresa é satisfatório.
Sustentou que mesmo perante este quadro a empresa apresentou um crescimento em relação ao ano 2020/2021, mostrando robustez em termos de números. “Portanto, houve um resultado positivo apesar de grandes despesas que nós tivemos para dar cobro as incidências dos ciclones”, disse.
Explicou que apesar de o transporte de passageiro não ser a fonte principal de receitas do CFM, a companhia que dirige continua a subsidiar a tarifa em cerca de 90 por cento.
Recentemente, segundo a fonte, a empresa investiu na aquisição de carruagens, automotoras e outros meios matérias, com vista aliviar a procura de transporte nas regiões centro e sul do país.
“O transporte de passageiros é um sistema que nós estamos a subsidiar, não temos lucro nesta actividade, ela está elencada como parte da nossa responsabilidade social, é só ver que, recentemente, adquirimos 24 carruagens. Neste momento, estamos a receber automotoras, o plano da empresa é recebermos mais meios para o transporte de passageiros”, elucidou.