A Presidente da Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social (3ª Comissão), Lúcia Mafuiane, instou, sexta-feira passada, dia 25, ao Governo da Provincial de Nampula e aos parceiros de cooperação para a necessidade de desenvolverem acções concertadas e coordenadas nos esforços tendentes ao apoio às populações vítimas do ciclone Gombe que assolou aquela província, causando luto e destruição de infraestruturas públicas e privadas, incluindo diversas culturas.

Falando durante um encontro de trabalho com o Comité Operativo de Emergência Provincial, a deputada Mafuiane disse que a coordenação entre o Governo e os parceiros na mitigação do impacto negativo do ciclone vai permitir ter um mapeamento real para apoiar as populações que necessitam de ajuda neste momento que perderam quase tudo.

 “O nosso maior apelo é que o Governo, a nível provincial e distrital, deve, neste momento delicado, estar mais próximo das populações afectadas para que esta se sinta amparada e criar mecanismos para que consiga se reerguer depois deste triste evento”, disse Mafuiane, encorajando ao Executivo de Nampula a prosseguir com acções visando a mitigação da situação e mobilizar mais apoios junto dos parceiros e de outros organismos para fazer face às dificuldades causadas pelo ciclone Gombe.

De acordo com Lúcia Mafuiane, “é tempo de a Província e o país em geral reflectir sobre que mecanismos que devem ser adotados para que estes fenómenos cíclicos não continuem a criar sofrimento nas nossas populações mediante a construção de infraestruturas resilientes a intempéries, bem como a melhoria da qualidade da engenharia das obras públicas e privadas”.

“Entendemos que esse é um processo que leva seu tempo. Contudo não custa nada começarmos a ser mais exigentes quanto à qualidade das obras e a experiência dos empreiteiros aos quais adjudicamos essas obras”, disse a deputada, explicando que “é triste uma obra que acaba de ser construída se degradar em pouco tempo”.

Depois do encontro com o Comité Operativo Provincial de Emergência, a delegação parlamentar rumou ao Distrito de Mogovolas, onde visitou a ponte destruída sobre o rio Mutacaze e as salas de aulas destruídas na Escola Primária do 1º e 2º Graus 7 de Abril.

 Aquele distrito contabiliza um total de 32 salas totalmente destruídas e 124 parcialmente destruídas, mais de 8.900 casas totalmente destruídas e 7.205 destruídas parcialmente, segundo dados das autoridades locais.

“Apesar da destruição destas salas de aulas, o processo de ensino e aprendizagem ocorre no distrito debaixo das árvores em alguns locais”, tranquilizou, na ocasião, o Administrador do Distrito de Mogovolas, Emanuel Mpissa.   

Dados apresentados na ocasião indicam que persistem dificuldades inerentes à transitabilidade naquele distrito devido a destruição da estrada rural 1171 que liga Nametil a Luluti, a estrada rural 680 Luluti e Murrupula, estrada 685 que liga Nametil a Muatua e a estrada nacional 104 que se encontra interrompida devido a arrastamento do tabuleiro metálico da ponte sobre o rio Mutacaze.

“Está, igualmente, interrompida a circulação do troço Calipo sede-localidade de Cussi devido ao arrastamento dos solos num dos encontros da ponte sobre o rio Nagiue”, informou o Administrador de Mogovolas, salientando que a situação tem condicionado também a circulação de pessoas e bens no distrito.

No campo da agricultura, Mpissa disse que foram afectados 1.437 hectares, sendo 248 de milho; 326 de gergelim, 188 de arroz, 418 de mandioca 123 de amendoim, 134 feijões e caíram 443 cajueiros, 218 mangueiras e 81 laranjeiras.

“O Ciclone Gombe colocou desafios ao distrito que alguns ultrapassam a nossa capacidade. Contudo, vamos continuar a mobilizar fundos junto aos parceiros, empresários locais e outras instituições para garantir a reconstrução das infraestruturas destruídas, a assistência humanitária a população bem como repor a transitabilidade a todos os Postos Administrativos e Localidades para além de mobilizar apoio em sementes para a segunda época agrícola”, disse Mpissa.

No entanto, os deputados garantiram no local que as inquietações do distrito serão canalizadas à Província e desta ao parlamento moçambicano e continuarão a mobilizar fundos para apoiar as populações vítimas destes ciclones.

O grupo de parlamentares membros das Comissões dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social e da Agricultura, Economia e Ambiente (5ª Comissão) da Assembleia da República trabalharam, sábado último, na Ilha de Moçambique onde, e na segunda-feira em Mogovolas, para aferiram os estragos provocados pelo ciclone Gombe. 

A Presidente da 3ª Comissão chefia um grupo de deputados das Comissões dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social e da Agricultura, Economia e Ambiente (5ª Comissão) mandatado pela Comissão Permanente da Assembleia da República para verificar, no terreno, o impacto do ciclone Gombe e a situação de ajuda às populações afetadas, bem como visitar os centros de acomodação.

deputados visitam escola 7 de abril em Mogovolas
deputados interagindo com população no centro de acomodação “prédio” na Ilha de Mocambique