O Ministro do Interior, Paulo Chachine, garantiu que para combater e responsabilizar os mandantes do crime organizado, o Governo programou a criação, até próximo ano de 2026, de uma unidade de prevenção e combate aos raptos e outros crimes organizados e transnacionais, no âmbito do seu Programa Quinquenal 2025-2029.
Falando no parlamento, na sessão dedicada às Informações do Governo, solicitadas pelas Bancadas Parlamentares, Chachine sublinhou que para o efeito, já foi iniciado, a nível institucional, a elaboração do respectivo ante-projecto operacional.
“Os crimes de natureza organizada e transnacional se apresentam com uma complexidade que exige a especialização, actualização dos recursos humanos e provisão de equipamento tecnológico de ponta, determinantes para o trabalho eficaz das nossas instituições responsáveis pela prevenção e investigação do crime”, disse o governante, sublinhando que é neste contexto que alguns agentes do SERNIC têm sido submetidos a formações em matéria de prevenção e combate aos crimes de rapto, branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo, corrupção e de técnicas de vigilância e combate ao narcotráfico, acções estratégicas que estão a trazer resultados positivos.
Segundo o ministro, o Governo vai continuar a investir na criação de condições que permitam um maior controlo deste fenómeno criminal, o que passa pela permanente capacitação das instituições responsáveis pela prevenção e combate a criminalidade em termos de equipamento adequado e formação especializada.
Num outro desenvolvimento, o Ministro do Interior informou que, no âmbito das acções coordenadas PRM/SERNIC e outros órgãos de administração de justiça, foram detidos no total 302 indivíduos, autores morais e materiais, tendo sido desactivados diversos locais usados como cativeiros e apreendidas armas de fogo, incluindo bens móveis e imóveis.
“Especificamente de Janeiro de 2024 a Março de 2025, foram registados 19 crimes de rapto consumados e dois não consumados graças a intervenção policial, em colaboração com as comunidades”, disse Chachine, acrescentando que do total de casos registados, 15 raptos foram esclarecidos e as vítimas, em número de 08, devolvidas ao convívio familiar, como resultado de acções de investigação e de intervenção policial, tendo sido detidos 33 indivíduos, apreendidas 12 armas de fogo, 12 viaturas, 28 telemóveis, dois computadores e quatro residências que serviram de cativeiro.